Oração ao Senhor dos Milagres para fazer pedidos difíceis

Dia 1

Oh, amorosíssimo Senhor dos Milagres!, que por puro amor ao homem e para o livrar do pecado e da morte eterna merecida por ele, quis ser sentenciado à morte de cruz: digne-se de escutar minhas súplicas.
Minha vida, Senhor, está cheia de pecados e de imperfeições e me atormentam minhas misérias e doenças.
Só Você, meu Deus, só Você, pode lavar minhas iniquidades, deixando cair sobre meu ser dolorido sequer uma gota de vosso precioso sangue. Só Você, meu Deus, só Você, pode atender minhas muitas e grandes necessidades e me aliviar de tantas penas e dores como sofro neste vale das lágrimas e da dor.
Só Você, Senhor, só Você, que nos amou até se entregar à morte por nós e em quem nos foram dadas todas as coisas pelo Pai Celestial. Só Você, Senhor, só Você, pode remediar a necessidade que venho depositar a vossos pés divinos.

Oh, amadíssimo Senhor dos Milagres!, dirija-me um olhar de compaixão e escutai benigno minha oração. AMÉM

Dia 2

Oh, amadíssimo Cristo Crucificado! Eu me estremeço de dor ao pensar que sou eu a causa de vossos inefáveis tormentos. Ah, Senhor! Perdoai-me pelos meus pecados, causa de tão horrendos martírios.
Permita-me, Senhor, que eu também me abrace com minha cruz e que siga com Você pela rua da amargura e os acompanhe em vossas dolorosas quedas e na amargura infinita que padeceste.
Permita-me que os console como a santa mulher Verônica e as piedosas mulheres de Jerusalém e que, como Você, ofereça o sacrifício da minha vida ao Pai celestial ao chegar ao topo da Santa Montanha.
Oh, Vítima adorável! Deixai-me sentir a dor das pungentes espinhas da vossa coroa, e o tormento do leito enrugado de vossa cruz.
Deixai-me sentir a dor de vossos ossos que rangem deslocados e de vossos nervos em horrível tensão. Deixai-me sentir a humilhação, sem semelhança, de dar com vosso rostro no chão, ao apertar os pregos, e ser pisoteado pelos carrascos como um vil verme, opróbio dos homens e dejeto da plebe.
Quero, Senhor, padecer com Você na cruz do meu dever até morrer.
Dai-me obrigado que para isso preciso e concede-me o favor que venho pedir rendido a vossas plantas benditas. AMÉM

Dia 3

Oh, amadíssimo Cordeiro! Perdoai-me também a mim por piedade! Eu bem sei o que faço ao nos ofender com minhas culpas, pois com elas renovo os tormentos de vossa paixão e os crucifico de novo.
Perdoai-me pelos meus pecados e permita que lhes apresente algum consolo em vossas dolorosas agonias e repare de algum modo as zombarias sangrentas de vossos inimigos.
Deixai que eu receba entre minhas mãos vossa cabeça dolorida para que não se finquem mais nela as espinhas; para isso lhes apresento as boas obras que ajudado de vossa graça prometo realizar.
Deixai que se pouse sobre meus ombros o doce peso de vosso corpo para que não se alarguem mais as feridas de vossos pés e de vossas mãos e me embriague com o sangue precioso que delas brotam.
Deixai, enfim, que lhes dê todo o meu amor e todos meus afetos e lhes renda minhas bênçãos e louvores para reparar assim as zombarias e blasfêmias dos letrados e sacerdotes da plebe sanguinária que se compraze em vossos horríveis sofrimentos. Também a mim, como a eles, dai-me vosso perdão misericordioso e concedei-me a graça que os peço nesta novena. AMÉM

Dia 4

Oh, Salvador do mundo! Em vossas mãos estão postas as chaves de Davi para abrir com elas a eterna mansão. Abra-me, por piedade, a mim também, como ao feliz ladrão, as portas do céu que fecharam meus pecados, e feche-me as do inferno que, por eles, mereci. Eu tambén, sinto na minha alma, como o compassivo bom ladrão, as injúrias e blasfêmias que, contra Você, dirige o mundo corrompido, sobretudo nesta época de incredulidade e apostasia, seguindo o exemplo do ladrão incorrigível.
Os blasfemos de hoje riem às gargalhadas diante de vossa imagem ensanguentada, zombam de vossa doutrina e pisoteiam vossas verdades e vossos preceitos.
Você morreu nessa cruz por oferecer a salvação a todos os homens, mesmo que nem todos os homens aceitem o presente da sua redenção e rejeitem, até a morte, as bênçãos do Céu. Ainda hoje os blasfemos, que continuam desprezando vosso sangue e vossa morte, fazem irrisão de vossa infinita paciência e os maldizem.
O mau ladrão prossegue blasfemando apesar do chamamento amoroso da graça do divino Sacerdote que morre ao seu lado; apesar das admoestações caritativas do seu companheiro de suplício, morre reclamando.
Não permita, Senhor dos Milagres, não permita tamanha desgraça para este, vosso servo, que implora vossa piedade.
Sinta meu interior, o doce olhar de Maria Dolorosa, o profundo pesar de tê-los ofendido e consiga escutar na hora da morte as dulcíssimas palavras que disse ao bom ladrão: "Eu te garanto que hoje você estará comigo no paraíso" (Lc. 23,43). Concedei-me, também, Oh, Senhor dos Milagres, a graça que venho implorar a vossos pés benditos. AMÉM.

Dia 5

Oh, Rainha das dores e Mãe minha dulcíssima! Quem poderia nesta hora de infinita dor para Você, compartilhar vossa pena e os amar até morrer? Vosso consolo era o Filho do amor que embora pendente do madeiro, era vosso tesouro, era vossa alegria, era vosso coração.
E você era para ele, no abandono doloroso dos seus, o bâlsamo consolador que suaviza a ferida da sua alma divina na agonia suprema da desolação.
Você, Mãe minha, forte como a coluna de granito diante dos vendavais do deserto, está ao pé, junto da cruz, chorosa e aflita, oferecendo ao Pai a infinita dor de ver crucificado ao mais santo dos filhos dos homens; mas não aguentava, mãe querida, que vosso único tesouro no mundo, num excesso de amor aos mortais, se resignasse a se desprender da sua Mãe por nos dar a nós. Oh, Mãe minha, querida! Eu não posso escutar estas palavras do vosso Filho e contemplar vossa amargura infinita sem sentir no meu peito o incêndio do amor mais puro para Você.
Deixai-me, pois, mãe querida, deixai-me que me aproxime a Você, me ajoelhe a vossas plantas virginais, me abrace a vossos pés benditos e deposite neles, em beijo de amor, todos meus afetos filiais para Você e toda minha gratidão porque você me aceitou por filho ao pé da cruz. Você é minha Mãe! Jesus os deu para mim como herança ao morrer.
Mostre que é de fato, e receba de Você minhas preces o que nasceu de Você e morreu por mim. Oh, Senhor dos Milagres!, pela espada de dor que atravessou ao pé da cruz o coração bendito de vossa Mãe dolorosa, digne-se de escutar minhas súplicas e conceda-me a graça que por sua intercessão os peço. AMÉM

Dia 6

Oh, abandonado Jesus! Como gostaria nesta hora de desolação para vosso aflito coração, poder fazer-lhe grata companhia! Mas, o que poderei, meu Deu, se meus pecados são precisamente a causa de vosso universal abandono? Os abandonaram os apóstolos; as multidões que os seguiam, assombradas de vossa sabedoria e de vossos milagres, se tornaram em acusadores e inimigos; os anjos que lhes faziam companhia no pesebre, cantando vossa glória e os que no deserto e no Getsêmani os consolavam, os abandonaram tambén, e renunciaram aos consolos de vossa Santíssima Mãe, a única mulher forte na tempestade, por amor aos homens. Até a luz do céu nublado foge da vossa presença, por não iluminar, talvez, aquele quadro sangrento de um Deus crucificado e moribundo.
Também à luz de vossos olhos, que se apaga por momentos, e à luz de vossa vida que se extingue, você começa a nos abandonar.
Por este abandono mortal e por vossa angustiante solidão, eu peço, Jesus meu, que não me abandone nem no tempo nem na eternidade, e me conceda a graça que com confiança solicito de vossa bondade. AMÉM

Dia 7

Jesus bom, Jesus sedento! Quem me dera acalmar essa sede que queima vossas entranhas! Mas nem ainda pôde vossa Santa Mãe, a quem não se permitiu sequer o consolo de umedecer com uma flor empapada na água vossos lábios, queimados pela sede. Teve a ver, sim, a crueldade refinada do carrasco que umedeceu uma esponja no fel e vinagre e a aproximou de vossos lábios sedentos.
Mas se não posso acalmar vossa sede material, permita-me, Senhor, que eu ajude a acalmar vossa ardente sede da salvação dos homens trabalhando na medida das minhas forças por sua salvação, começando pela minha própria. Quero, pois, amado meu, cumprir com a maior fidelidade vossos divinos mandamentos e as obrigações do meu estado; quero viver em vossa santa graa e preferir a morte antes que cometer um só pecado mortal; quero trabalhar nas obras sociais de caridade cristã e na grande necessidade das missões, para cooperar assim a plantar vossa cruz nos povos que ainda não os conhecem nem os seguem e, dessa forma, colaborar na divulgação do Evangelho no mundo todo, para que sejais conhecido e amado de todos os homens e se acalme assim essa sede devoradora que os consome de salvar todos os homens. Dai-me vossa graça para cumprir estes propósitos e concedei-me o favor que nesta novena os peço. AMÉM

Dia 8

Obrigado infinito lhe seja rendido, Mestre e salvador do mundo, pelo bem que cumpriu vossos ofícios e acabada a obra de nossa redenção. Vossas palavras e vossos exemplos, vossos martírios e vossa cruz, vosso sangue e vossa morte são um livro aberto que nos ensina a viver e morrer no dever. Bem pode já, Divino triunfador, exclamar da Cátedra da Cruz: "Tudo está cumprido" (Jn. 19,30). Sim, Deus meu, vencidos estão o erro, o pecado e o inferno; vencido e esmagado está o poder de Satanás sobre os homens; redimido o homem; predicada a verdade; satisfeitos os desejos divinos.

Acabe em mim, oh, Cristo Crucificado, acabe em mim vossa obra! Consuma em mim o pecado! Aumente em minha vida a graça e dai-me a santidade da minha vida e a graça de agradar-lhe até o fim, como Você, divino modelo de predestinados, fez até morrer, sempre o que agradava vosso Pai!

Oh, Doce Cristo Crucificado! Assim como Você encomendou vosso espírito nas mãos do Senhor, do mesmo modo encomendo o meu nas vossas mãos com chagas, mas amorosas, abertas para me abraçar. Nestas mãos adoráveis quero morrer e no final descansar pelos séculos dos séculos. De vossas doces mãos espero, enfim, Oh, Senhor dos Milagres! a graça que venho implorar de vossa clemência. AMÉM

Dia 9

Oh, Mãe do amor e da dor! Mãe minha, querida! Diga-me qual foi a pena de vosso coração ao ver o soldado, que não respeitando já o corpo morto de vosso Filho, se aproxima dele e lhe crava, sem compaixão, a lança, até abrir seu divino Coração! Também o vosso, Mãe querida, se rasgou com infinita dor, com pena imensa, com uma corrente de lágrimas. Não em vão foram as palavras proféticas do ancião Simeão: "E a ti mesma, uma espada te atravessará o coração…" (Lc. 2,35).

Oh, amado Senhor dos Milagres! Receba as incomparáveis penas de vossa Santíssima Mãe em desconto dos meus muitos e grandes pecados; e pelo amor que lhe tens, guardai-me durante minha vida e, sobretudo, na hora da minha morte, nessa santíssima chaga que abriu a lança de vosso abençoadíssimo Coração. Não se contentou vosso amor com que foram rasgadas vossas costas com os açoites, perfuradas vossas têmporas com as espinhas, traspassados vossos pés e vossas mãos com os pregos, amargurada vossa língua com o fel e machucados vossos ouvidos com as blasfêmias, mas permitiu que fosse aberto vosso lado e ferido vosso coração para que eu encontrasse refúgio seguro.

E Você, Mãe minha dulcíssima! Nova Eva! Mãe da Divina Graça! Concedei-me a graça de ser um verdadeiro filho de vossas dores, chore meus pecados, causa dos tormentos de vosso Filho e de vossa imensa amargura, e lhes dê o consolo de uma vida santa e uma morte honrosa entre vossos braços maternais! Alcançai-me também o favor que venho a lhe pedir nesta novena para a glória do meu doce Senhor dos Milagres e também vossa, Oh, Maria, doce Mãe minha! AMÉM