Como fazer extratos de plantas medicinais

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Extratos de ervas: tudo sobre sua elaboração, com Arnoldo Echavarren

Na hora de falar de plantas medicinais e seu consumo, há muitas formas de ingeri-las ou usá-las. Podem ser comidas diretamente, preparar em infusão, em tisana ou também usar seus extratos, uma das formas de maximizar seus benefícios. Para que nos conte um pouco mais sobre esta técnica é que convidamos para esta entrevista o Arnoldo Echavarren.

Arnoldo é o responsável pelos interesantíssimos blogs de plantas medicinais em espanhol, como o Herbie Latino (https://herbielatino.wordpress.com/) e Plantas Medicinales y Nuestra Salud (http://plsmeddrherbie.blogspot.com/). Escreveu livros sobre tintura de plantas, além de ter sido veterinário. Ele nos contará muitas questões que, se você é um amante das plantas, vão te interessar.

- Como começou a fazer extratos de plantas medicinais?

- Durante vários anos dirigi um laboratório de produtos veterinários utilizando substâncias sintéticas e enfrentei os problemas das empresas pequenas, dependentes de provedores internacionais e dos seus preços diferentes segundo o volume de compra.

Comprendi que as plantas podiam ser a solução, já que ao utilizar plantas locais ou da região, a questão dos preços se igualava. Estudando as possibilidades delas com a informação de "conhecedores", o que fui recolhendo da literatura mundial e minhas próprias necessidades, me foram indicando que plantas utilizar. Cada dia me entusiasmaram mais.

A outra decisão, que formas medicamentosas elaborar, então a escolha foram infusões, decocções (tisanas) aquosas e tinturas (alcoólicas e
hidroalcoólicas). O produto final, chás, bebidas líquidas, cremes, loções e tinturas. Os primeiros testes foram comigo mesmo. Depois com pessoas próximas. Embora finalmente o registro legal dos produtos tenha resultado fora do alcance, pelos custos e exigências que se solicitam.

- É muito complicado fazê-lo em casa?

- Não, basta ter acesso a utensílios comuns de cozinha, incluindo uma balança (sensível a 1 grama) e medidas para líquidos. Ter um lugar limpo para ferver água e filtros de arame e de pano (como para café).

Para as tinturas, recipientes de vidro ou plástico adequado, para a maceração. E finalmente os recipientes para conservar os produtos elaborados. Eu sempre recomendo que sejam pequenos e que possam ser identificados com nome e data de elaboração. Sempre levar em conta as precauções correspondentes, assim como ocorre com todo medicamento.

- Que métodos se podem utilizar com facilidade?

- Já adiantei algo, extração aquosa para infusões e decocções e extração alcoólica ou hidroalcoólica através de maceração para loções e tinturas. Em seguida misture entre si ou com veículos adequados, por exemplo um creme inerte como creme frio para cremes.

- Quais extratos medicinais são os que recomenda ter em casa?

- Deixando de lado ou para uma explicação posterior, que produtos elaborar, diria que aqueles extratos destinados a problemas de saúde próprios ou de pessoas próximas. Isso para um controle adequado da sua eficácia e possíveis complicações.

- Que diferença existe entre extratos e tinturas?

- Embora possa haver confusão de termos e seu uso pode variar em diferentes países, entendo que os extratos são os produtos "extraídos" pelos
diferentes métodos mencionados e as tinturas (alcoólicas ou alcoolaturas) são extratos obtidos por maceração alcoólica ou hidroalcoólica.

- Que outras formas de aproveitar as propriedades das plantas você recomenda?

- Há um setor muito importante nas plantas consideradas alimentos funcionais, chamados nutracêuticos, ou seja, que curam ao ser integrados à dieta. Está em franca expansão e todo dia surge uma nova comprovação dos benefícios das plantas (frutas e verduras). E utilizando uma tecnologia de ponta, isolando princípios ativos selecionados para incorporá-los a medicamentos (injetáveis, tópicos, orais, etc.).

- Por último, pode acrescentar o que considerar necessário.

- Com relação ao que comentamos, sou consciente que há muitas outras formas de utilizar as plantas medicinais, cápsulas com plantas ou partes de plantas
moídas, incorporá-las a suplementos, etc. Em geral, gostaria de recomendar às autoridades correspondentes e aos centros de investigação que aumentem seus esforços para aproveitar os benefícios das plantas, sua eficácia, seu custo, a possibilidade de substituir medicamentos sintéticos e diminuir a pressão de buscar novos medicamentos.

Da mesma foram há outro assunto que me preocupa, a falta de conhecimento das precauções que se devem considerar ao usar os extratos de plantas. Sempre considerando que a elaboração tenha sido a adequada, cada extrato tem suas próprias contraindicações, suas interações com medicamentos alopáticos, assim como possíveis problemas individuais. Tudo isso deveria estar indicado em cada um dos produtos, inclusive naqueles de uso doméstico.

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