Tudo sobre os sintomas de Asperger

Asperger: sintomas, tratamento e muito mais neste entrevista com Tamara Suárez

Nada melhor que uma pessoa que tem síndrome de Asperger para que nos conte sobre os sintomas desta condição, não é mesmo? Tamara Suárez, além de falar dos sintomas de Asperger em crianças e adultos, nos contará muitas coisas mais referidas a ser aspie. Não perca este artigo!

Síndrome de Asperger: sintomas em crianças, adultos e mais

Já ouviu falar da síndrome ou transtorno de Asperger? Com certeza sim. É uma condição que está cada vez mais em voga e que ocupa espaço em diversos meios. Por sorte, se fala sobre síndrome de Asperger, tratamento e muitas outras questões afins.

Sem sombra de dúvida, os sintomas de Asperger são outros dos assuntos mais importantes, tanto em crianças como adultos. Por isso mesmo é que entrevistamos Tamara Suárez, que é Aspie, tem 31 anos de idade e vai poder te contar muito mais sobre como percebeu o Asperger, se é a mesma coisa encontrá-lo na idade adulta ou na infância e muito mais coisas vão te interessar.

- ¿Como você percebeu, você ou pessoas próximas, que tinha Asperger?

- A verdade é que tudo parte antes do Asperger. Primeiro, minhas primeiras visitas a especialistas foram depois de um ano e meio de vida, já que dormia muito pouco. Depois de aproximadamente três anos, por minhas características, deram como resposta um autismo atípico com transtorno obsessivo compulsivo começando com terapias desde essa idade.

Sempre esteve sendo avaliada e intervida desde que tenho lembranças, razão pela qual só notei minhas diferenças quando tinha uns 11 anos e observei que o adjetivo "especial" que ocupavam comigo era não só às vezes pejorativo, mas também destacava a existência de uma diferença maior com os outros, então no final essa observação segregada do entorno do que eu era como pessoa chegou a afetar o desenvolvimento da minha autoestima.

O diagnóstico passou a ser Asperger nos meus primeiros anos da idade adulta, e hoje em dia, com 31 anos, sinto que não sou muito diferente do resto, ou seja, todos temos diversos detalhes, e até o momento não conheço ninguém que cumpra o perfil estandarizado em todas as dimensões da sua vida que seja totalmente o protótipo de uma pessoa "normal", então minha parada neste âmbito já vai mais orientada à neurodivesidade e num enfoque de respeito aos nossos próprios direitos.

- Quais são os sintomas de Asperger mais habituais?

- Os sintomas são tão diversos que por isso se fala de espectro, e estão enfocados à necessidade de apoios principalmente na área social. Pode haver ausência de linguagem oral, ou se existir mas não saber nem filtrar nem reconhecer como deve ser utilizado de acordo com os contextos. Também outro aspecto muito importante é a ansiedade que se gera diante das mudanças, razão pela qual requeremos estruturas claras para viver, mas também para nos relacionar com os outros, e aquilo não é fácil quando as interações humanas são bem complexas.

Isto pode nos levar a um distresse muito maior e somado a que muitos temos desajustes nos sentidos, em que o entorno por si só é em essência sobre o soluço estimulante, isto vai gerando que nossa resposta ao ambiente também seja diferente e muitas vezes nos faz sentir incômodos, invadidos e/ou frustrados em espaços que são habituais e de curtição para outros.

Por último, tudo isso em conjunto nos leva a perpetuar rotinas e interesses, o que nos faz sentir tranquilos e seguros, como também às vezes existe o uso de estereótipos, que com movimentos que se realiza com o corpo, como o balanço, de alguma forma nos permitem regular as emoções, sensações e percepções. Para outros estes comportamentos parecem estranhos e inclusive podem chegar a sentir ao ve-las rejeição, mas é algo que não faz mal a ninguém e é o que nos permite sentir paz.

- Os sintomas podem se manifestar em qualquer momento da vida de uma pessoa?

- Considerando que não há causas claras, pode haver situações que possam levar a exacerbar nossas características, no entanto, isto nos acompanha pela vida toda, já que conforma parte da nossa própria essência, razão pela qual obviamente não tem nem requer cura, mas sim apoios quando se necessitem e desejem.

Então, há momentos em que pode ser bastante evidente. Por exemplo quando se inicia a etapa escolar, se consegue observar claramente que não é o mesmo modo de interagir com seus colegas, ou então na pré e adolescência normalmente se evidencia que enquanto os outros mudam de interesses mais dirigidos a socializar e se identificar com grupos, em pessoas do espectro temos mais dificuldade e tendemos a ficar seguros em nossos interesses restringidos. São etapas muito importantes nas quais os cuidadores devem prestar atenção.

- Varia muito o tratamento ou a forma de encarar o Asperger com base na sua detecção precoce ou não?

- Existem diversos modos de mediar as pessoas ni espectro, entretanto embora a maioria esteja orientada a melhorar a qualidade de vida, nem todas estão centradas no bem-estar desta, mas em estandarizar seus comportametos. Como por exemplo, a frase "Cada vez se percebe menos" não é a ideia, a ideia é respeitar a essência da pessoa e se acompanha no processo de gerar bem-estar na sua vida, respeitando e empoderando nos seus direitos e propiciando a autonomia.

Também os apoios variam de acordo com a etapa del desenvolvimento que se encontra a pessoa, o grau de compreensão do seu entorno e em relação com aqueles aspectos que vulneram sua integridade como a do resto. Por exemplo, podem-se usar diversos sistemas comunicativos na hora de interagir, ou às vezes é necessário trabalhar na área psicomotriz ou então a partir da linguagem. Além disso às vezes é necessário mediar quando existem comportamentos autolesivos e agressivos aos outros, o que pode responder a muitos fatores, assim como não se deve deixar de lado o desenvolvimento afetivo emocional.

- Você pode adicionar o que considerar necessário.

- Gostaria de adicionar algumas questões complementares:

  • Não deixar de lado os irmãos durante as terapias, também as requerem já que a família deve participar de todo o processo.
  • Compartilhar responsabilidades. Evitar que todo o peso da criação termine sendo da mãe. Se existe um pai presente, que compartilha o trabalho como um igual, que é como debe ser. Se a pessoa que cria está sozinha, é mais difícil, mas seria muito positivo gerar tribos de apoio presenciais de cuidadores de pessoas no espectro para de algum modo zelar pelo bem-estar mental destes que é muito importante. Senão também tentar ter momentos de relaxamento longe do papel parental e maternal.
  • Os cuidadores de pessoas do espectro não devem esquecer que seu papel é esse, não são terapeutas dos seus filhos e filhas e nem se fossem profissionais, como no meu caso, se deve evitar cair naquilo, já que também pode acabar dando errado. Sei que não é fácil, foi difícil separar meu papel de pessoa do espectro, mas ser profissional da área e também ser mãe, mas é necessário viver nossos momentos sem um peso maior do que devemos levar.

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